Freguesia de Santo Estêvão Em conformidade com a divisão territorial efetuada no Séc. XVI, foram criadas na área da Freguesia de Santiago de Tavira três Freguesias, respectivamente, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Nossa Senhora da Luz e Santo Estêvão, todas elas sufragâneas de Santiago. Santo Estêvão foi desanexada no final do Séc. XVI. De características geográficas únicas, esta Freguesia integra um vasto património natural e um património arquitectónico que dignifica o contexto em que Santo Estêvão se ergue. A Freguesia desde sempre foi constituída por uma população essencialmente agrícola, mas tinha na caça uma fonte não só alimentar, como de rendimento, pois grande parte dos terrenos da Freguesia encontravam-se incultos, cheios de mato e pedras, factores que reuniam excelentes condições para esta prática. Diz o povo que o próprio Rei chegou a vir caçar para estas paragens. Santo Estêvão foi inicialmente uma Freguesia pobre, contudo à custa do laborioso trabalho da população, conseguiu ir melhorando gradualmente a sua própria qualidade de vida, contribuindo essencialmente para o desenvolvimento do sector agrícola. Não foi certamente por acaso que chegou a ter oito lagares de azeite, produção de bom vinho, frutos secos de excelente qualidade. O seu desenvolvimento verificou-se com maior incidência no início do Séc. XX. Foram-se fixando indivíduos com as mais diversas profissões, todas elas enquadradas no meio rural onde estavam inseridas, como era o caso dos ferradores, sapateiros, carpinteiros, ferreiros, pedreiros, comerciantes, costureiras, oleiros, abegãos, curandeiros, além dos agricultores, todos constituindo uma comunidade populacional. Santo Estêvão era uma Freguesia espalhada na imensidão de verde dos montes, tendo a Igreja como ponto central. Até aos dias de hoje, a Igreja Paroquial sempre foi o principal ponto de referência na Freguesia. Igreja esta que inicialmente não passava de uma pequena capela de características tardo medievais, completamente isolada, cuja data de construção se desconhece. A produção de alfarroba, figo, amêndoa, vinho, cal, lenha, carvão e caça desempenhavam um importante papel no crescimento económico. Das actividades artesanais que ainda, perduram, destaca-se a cestaria em verga ou cana, as rendas, cadeiras em tábua e a destilaria. A nível da gastronomia, os enchidos e outros derivados do porco, o pão caseiro, os doces regionais de amêndoa e os frutos secos marcam os sabores desta zona do Concelho. Aprecie os encantos desta Freguesia e desfrute aquilo de melhor o barrocal lhe pode proporcionar. |